Search form

Anima Mundi in Brief

Pelo quinto ano consecutivo, Anima Mundi foi o principal evento cultural do Rio de Janeiro por dez dias do m de agosto. Desta vez, mais de 22 mil pessoas assistiram a 126 filmes e dezenas de veos, al de participarem de oficinas e palestras. O ico festival do gero em toda a Amica Latina novamente trouxe para os cariocas o melhor da produo autoral internacional, assegurando uma sintonia com o mundo que come a render seus primeiros frutos. Se antes de Anima Mundi os animadores brasileiros tinham...

Pelo quinto ano consecutivo, Anima Mundi foi o principal evento cultural do Rio de Janeiro por dez dias do mês de agosto. Desta vez, mais de 22 mil pessoas assistiram a 126 filmes e dezenas de vídeos, além de participarem de oficinas e palestras. O único festival do gênero em toda a América Latina novamente trouxe para os cariocas o melhor da produção autoral internacional, assegurando uma sintonia com o mundo que começa a render seus primeiros frutos. Se antes de Anima Mundi os animadores brasileiros tinham que sair do Brasil ou dedicar-se à publicidade para conseguir trabalhar - hoje estão ocupando cargos importantes nos principais estúdios do planeta , já é possível vislumbrar um futuro mais iluminado. Dois curtas estiveram na mostra competitiva de cinema e foi possível realizar uma sessão de vídeo especial com onze novas produções "made in Brazil" (algumas assinadas por jovens que tiveram seu primeiro contato com o mundo da animação em Anima Mundi).

Cesar Coelho, Valeria Colela, Lea Zagury, Aida Queiroz, Marcos Magalhaes. Photo: Lula Rodrigues. © Anima Mundi.

O sucesso do evento, que já levou mais de 120 mil pessoas ao Centro Cultural Banco do Brasil, um belíssimo prédio do século XIX em pleno coração do Rio de Janeiro, deve-se, principalmente, ao seu relacionamento íntimo com o público. Todos os que freqüentam o festival tem a oportunidade de experimentar a produção de seu próprio filme de animação nos estúdios abertos permanentes. O preço das sessões é simbólico (menos de US$ 3,00 para filmes e US$ para vídeo) e os prêmios são definidos por júri popular.

Este ano Anima Mundi apresentou uma inovação na premiação. Duas novas categorias foram criadas para premiar os favoritos o público. Além do melhor filme, a platéia escolheu, também, a melhor produção infantil e a melhor em computação gráfica. A categoria mais tradicional foi vencida por Dada, título holandês dirigido por Piet Kroon. A Letônia ficou com o prêmio infantil pela série The Rescue Team, animação em massinha de Jánis Cimermanij. O melhor em computação gráfica foi o britânico Sticky Business, de Ed Taylor.

Jeff Lynch, `Story Board Workshop.' Photo: Lula Rodrigues. © Anima Mundi.

Anima Mundi, porém, não se limita a trazer para os cariocas as melhores novidades do cinema de animação. O intercâmbio com alguns dos mais importantes profissionais do mundo tem sido marca registrada do evento. Este ano, os destaques ficaram por conta da presença da americana Caroline Leaf, com uma retrospectiva de sua obra; e do inglês David Sproxton, que veio para mostrar o trabalho de sua produtora, a Aardman. Os dois foram as principais estrelas da mostra Papo Animado, na qual os criadores exibiram seus filmes e debateram com o público. Os dois convidados estrangeiros estiveram ao lado do brasileiro Luiz Briquet, talentoso animador responsável por algumas das melhores campanhas publicitárias do país, tendo recebido prêmios respeitados como festival de Cannes ou o Clio.

Edmundo Barreiros.

Ainda mais importante do que apresentar e discutir o melhor da produção internacional, Anima Mundi se propõe a estimular o interesse de jovens brasileiros pela animação. Por isso, além dos estúdios abertos, sempre são organizados "workshops" nos quais os brasileiros aprendem alguns elementos fundamentais desta arte. O destaque de 1997 foi o americano Jeffrey Lynch, que apresentou uma oficina de "storyboard." O brasileiro Carlos Saldanha, diretor de animação da produtora Blue Sky e professor da School of Visual Arts, em Nova York, veio ensinar alguns macetes da computação gráfica.

Pela quinta vez, Anima Mundi foi um grande sucesso. Dessa vez, com uma vantagem em relação aos anos anteriores. A abertura das salas de projeção do Espaço Cultural dos Correios uma semana antes do habitual permitiu que mais gente pudesse assistir aos filmes, o que, felizmente, não deixou os cinemas vazios. As poltronas em Anima Mundi estão sempre cheias de gente que mal pode aguardar outro ano para a próxima edição de um evento que já está se tornando uma tradição no calendário cultural do Rio de Janeiro.

Tags